Novo fã do Ubuntu

John C. Dvorak*, da INFO (grifos meus…)

No último mês eu me tornei um grande fã do Ubuntu 8.10 e estou quebrando a cabeça para descobrir por que as grandes empresas ainda não adotaram essa distribuição Linux em todas as suas máquinas. Os milhões de dólares gastos todos os anos com licenças do Windows poderiam ser economizados. E pesquisas do IDC preveem que 2009 será o ano do Linux devido à crise econômica.

No passado, havia tantas particularidades que alguns programas que rodavam em uma distribuição não rodavam em outra, além de todos os problemas com drivers e outras chateações. O Ubuntu 8.1 fez o melhor trabalho, criando um sistema que é compatível com a maioria das máquinas e que roda as aplicações mais populares sem que o usuário tenha qualquer preocupação com drivers. Nunca vi nada melhor e acredito que essa é a primeira distribuição Linux que está pronta para o papel principal tanto no escritório quanto em casa.

Outro problema que atrapalhava o Linux era a falta de uma boa suíte de programas para escritório. Às vezes as pessoas apontavam o OpenOffice.org como uma solução. Mas nunca gostei dele e da desorganização dos seus menus. O clone do PowerPoint do OpenOffice, aliás, era uma ofensa. Alguns desses probleminhas já foram consertados, mas, de qualquer forma, existem soluções melhores por aí.

Há numerosas opções de programas de escritório para Linux e duas delas são realmente notáveis. O AbiWord, que vem junto com o Ubuntu, copia com perfeição o estilo do Word 2003. Só uso ele agora. Se você precisar de algo mais elaborado, pode optar pelo Haansoft Office (49 dólares). Ele imita sem pudor todas as qualidades da suíte do MS-Office, incluindo o PowerPoint. Além de tudo isso, o Ubuntu traz outra vantagem. A maioria das empresas e das pessoas gasta cerca de 50 dólares comprando programas de proteção contra vírus e malware. A medida é desnecessária para quem usa Linux.

Deixe os ataques virem, todos eles estão mirando a Microsoft. O fato relevante é que, como sabemos bem, a Microsoft não é agressiva no desenvolvimento dos seus produtos quando não há competição. A década de estagnação pela qual passou o Office foi mais do que suficiente para que cada empresa asiática ou européia conseguisse criar cópias idênticas do produto da Microsoft. Me espanta o fato de os donos de empresas continuarem a pagar por um monte de código velho. Assumo que muita gente não sabe o que é melhor. Mas com essa crise econômica, eles vão aprender.

A filosofia da Microsoft de dominar o mercado e depois ficar parada, ordenhando a vaquinha dos lucros até que ela seque, contrasta com o comportamento de empresas como a Adobe, que sempre vai melhorando agressivamente os seus produtos. Para mim, é claro que, depois dessa versão do Ubuntu, acabaram-se os dias em que a Microsoft não fazia nada relevante com seu sistema operacional. Eles precisam produzir algo novo e com recursos interessantes. Mas será que vão conseguir?

* John C. Dvorak é um colunista norte-americano e divulgador nas áreas de tecnologia e informática. Iniciou carreira em 1980, como colunista de diversas revistas. Pelo menos desde 1994, o peso de sua influência, de “mais famoso jornalista de informática e computadores” é conhecido por seus artigos especulativos e provocadores.

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