Rúbrica

Na coluna “Dicas de Português”, publicada hoje no “Correio Braziliense”, a Professora Dad Squarisi cita um erro de português que a incomoda: a pronúncia da palavra rubrica como proparoxítona. Fez-me lembrar de um fato ocorrido na década de 1960, numa determinada unidade do exército no Rio de Janeiro, onde eu atuava como oficial intendente. Elaborei um ofício a determinado órgão requisitando material para o nosso almoxarifado, com o registro da rubrica em que o produto se enquadrava. O documento, levado ao major fiscal administrativo para assinatura, foi devolvido para que se colocasse acento agudo no “u” da palavra rubrica. Peguei um dicionário da língua portuguesa do Hildebrando de Lima e fui até o oficial para mostrar-lhe que não cabia o acento recomendado. A resposta foi mais ou menos nos seguintes termos: “Aprenda, Tenente Carrano, que no exército quem manda é o seu superior, e não um dicionarista qualquer. Coloque o acento, como recomendei”. Daí se pode entender, depois da exoneração de dois ministros da saúde que quiseram seguir uns cientistas quaisquer, o motivo de o Jair Messias ter colocado um militar à frente do Ministério da Saúde.

Pedro Carrano, 77 anos, Genealogista