Goin’ crazy…

— Onde você vai?

— Vou sair um pouco.

— Vai de carro?

— Sim.

— Tem gasolina?

— Sim. coloquei.

— Vai demorar?

— Não. Coisa de uma hora.

— Vai a algum lugar específico?

— Não. Só rodar por aí.

— Não prefere ir a pé?

— Não. Vou de carro.

— Traz um sorvete pra mim!

— Trago. Que sabor?

— Manga.

— Ok. Na volta eu passo e compro.

— Na volta?

— Sim. Senão derrete.

— Passa lá, compra e deixa aqui…

— Não. Melhor não! Na volta. É rápido!

— Ahhhhh!

— Quando eu voltar eu tomo com você!

— Mas você não gosta de manga!

— Eu compro outro. De outro sabor.

— Aí fica caro. Traz de cupuaçu!

— Eu não gosto também.

— Traz de chocolate. Nós dois gostamos.

— Ok! Beijo. Volto logo…

— Ei!

— O quê?

— Chocolate não. Flocos.

— Não gosto de flocos!

— Então traz de manga prá mim e o que quiser prá você.

— Foi o que sugeri desde o começo!

— Você está sendo irônico?

— Não tô! Vou indo.

— Vem aqui me dar um beijo de despedida!

— Querida! Eu volto logo. depois.

— Depois não. Quero agora!

— Tá bom! (Beijo)

— Vai com o seu ou com o meu carro?

— Com o meu.

— Vai com o meu. Tem cd player. O seu não!

— Não vou ouvir música. Vou espairecer.

— Tá precisando?

— Não sei. Vou ver quando sair!

— Demora não!

— É rápido. (Abre a porta de casa)

— Ei!

— Que foi agora?

— Nossa! Que grosso! Vai embora!

— Calma. estou tentando sair e não consigo!

— Porque quer ir sozinho? Vai encontrar alguém?

— O que quer dizer?

— Nada. Nada não!

— Vem cá. Acha que estou te traindo?

— Não. Claro que não. Mas sabe como é?

— Como é o quê?

— Homens!

— Generalizando ou falando de mim?

— Generalizando.

— Então não é meu caso. Sabe que eu não faria isso!

— Tá bom. Então vai.

— Vou.

— Ei!

— Que foi, cacete?

— Leva o celular, estúpido!

— Prá quê? Prá você ficar me ligando?

— Não. Caso aconteça algo, estará com celular.

— Não. Pode deixar.

— Olha. Desculpa pela desconfiança, estou com saudade, só isso!

— Ok, meu amor. Desculpe-me se fui grosso. Tá… eu te amo!

— Eu também! Posso futricar no seu celular?

— Prá quê?

— Sei lá! Joguinho!

— Você quer meu celular prá jogar?

— É.

— Tem certeza?

— Sim.

— Liga o computador. Lá tem um monte de joguinhos!

— Não sei mexer naquela lata velha!

— Lata velha? Comprei pra a gente mês passado!

— Tá… Ok. Então leva o celular senão eu vou futricar.

— Pode mexer então. Não tem nada lá mesmo.

— É?

— É.

— Então onde está?

— O quê?

— O que deveria estar no celular mas não está.

— Como?

— Nada! Esquece!

— Tá nervosa?

— Não. Tô não.

— Então vou!

— Ei!

— O que ééééééé, caralho?

— Não quero mais sorvete não!

— Ah é?

— É!

— Então eu também não vou sair mais não!

— Ah é?

— É.

— Oba! Vai ficar comigo?

— Não vou não. Cansei. Vou dormir!

— Prefere dormir do que ficar comigo?

— Não. Vou dormir, só isso!

— Está nervoso?

— Claro, porra!

— Então por que você não vai dar uma volta para espairecer?

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