Procura-se

Procura-se um caderninho azul escrito a lápis e tinta e sangue, suor e lágrimas, com setenta por cento de endereços caducos e cancelados e telefones retirados e, portanto, absolutamente necessários e urgentes e irreconstituíveis. Procura-se e talvez não se queira achar, um caderninho azul com um passado cinzento e confuso de um homem triste e vulgar… Procura-se, e talvez não se queira achar.

Rubem Braga

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