Crise na USP: nota pública dos pesquisadores

Recortado-e-colado lá do Blog do Rovai:

Todos contra Rodas: pesquisadores divulgam carta-manifesto contra reitor

Publico a seguir uma nota assinada por 267 pesquisadores da USP (mestrandos e doutorandos) questionando o papel do atual reitor da universidade, o senhor João Grandino Rodas, na crise da USP.

Os pesquisadores dizem que o “atual reitor, não por acaso laureado pela ditadura militar, João Grandino Rodas, nos diversos cargos que ocupou, tem adotado medidas violentas.”

Há uma campanha midiática para transformar os estudantes da maior e mais conceituada universidade brasileira em patricinhas e playboizinhos.

Em gente que ao invés de estudar gasta seu tempo fumando maconha e detonando o patrimônio público.

E agora com essas quase 300 assinaturas de mestrandos e doutorandos num texto duro apontando o tamanho do buraco, que, segundo os abaixo-assinados, é bem mais embaixo, qual vai ser a justificativa da mídia velha e seus capitães do mato?

Nota pública de pesquisadores da Universidade de São Paulo
sobre a crise da USP

Nós, pesquisadores da Universidade de São Paulo auto-organizados, viemos, por meio desta nota, divulgar o nosso posicionamento frente à recente crise da USP.

No dia 08 de novembro de 2011, vários grupamentos da polícia militar realizaram uma incursão violenta na Universidade de São Paulo, atendendo ao pedido de reintegração de posse requisitado pela reitoria e deferido pela Justiça. Durante essa ação, a moradia estudantil (CRUSP) foi sitiada com o uso de gás lacrimogêneo e um enorme aparato policial. Paralelamente, as tropas da polícia levaram a cabo a desocupação do prédio da reitoria, impedindo que a imprensa acompanhasse os momentos decisivos da operação. Por fim, 73 estudantes foram presos, colocados nos ônibus da polícia, e encaminhados para o 91º DP, onde permaneceram retidos nos veículos, em condições precárias, por várias horas.

Ao contrário do que tem sido propagandeado pela grande mídia, a crise da USP, que culminou com essa brutal ocupação militar, não tem relação direta com a defesa ou proibição do uso de drogas no campus. Na verdade, o que está em jogo é a incapacidade das autoritárias estruturas de poder da universidade de admitir conflitos e permitir a efetiva participação da comunidade acadêmica nas decisões fundamentais da instituição. Essas estruturas revelam a permanência na USP de dispositivos de poder forjados pela ditadura militar, entre os quais: a inexistência de eleições representativas para Reitor, a ingerência do Governo estadual nesse processo de escolha e a não-revogação do anacrônico regimento disciplinar de 1972.

Valendo-se desta estrutura, o atual reitor, não por acaso laureado pela ditadura militar, João Grandino Rodas, nos diversos cargos que ocupou, tem adotado medidas violentas: processos administrativos contra estudantes e funcionários, revistas policiais infundadas e recorrentes nos corredores das unidades e centros acadêmicos, vigilância sobre participantes de manifestações e intimidação generalizada.

Este problema não é um privilégio da USP. Tirando proveito do sentimento geral de insegurança, cuidadosamente manipulado, o Governo do Estado cerceia direitos civis fundamentais de toda sociedade. Para tanto, vale-se da polícia militar, ela própria uma instituição incompatível com o Estado Democrático de Direito, como instrumento de repressão a movimentos sociais, aos moradores da periferia, às ocupações de moradias, aos trabalhadores informais, entre outros. Por tudo isso, nós, pesquisadores da Universidade de São Paulo, alunos de pós-graduação, mestres e doutores, repudiamos o fato de que a polícia militar ocupe, ou melhor, invada os espaços da política, na Universidade e na sociedade como um todo.

(Seguem 300 assinaturas…)

2 thoughts on “Crise na USP: nota pública dos pesquisadores

  1. Incrivelmente inacreditável uma nota publica com teor tão futil.
    Provavelmente 90% dos signatarios desta nota “pubica” nem leu e muito menos entende o seu conteudo.
    A grande maioria SIM so quer a policia fora do campus.
    Estudei, e com muito orgulho, na co-irma UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas.
    Ha epoca, viamos a mesma coisa sempre oriunda dos mesmos grupos. La chama-se IFICH – Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas. Tais alunos, MINORIA ABSOLUTA SEMPRE (vale destacar) querendo tomar as decisoes por todos. E, sim, ha epoca, a briga para manter o policiamento fora do campus era EXCLUSIVAMENTE para consumo de drogas (principalmente a maconha).
    E, com isso, prejudicavam os outros 99% da comunidade academica.
    Isto e’ o que os senhores chamam de DEMOCRACIA? Forma esta que se destaca fundamentalmente pela participacao de todos nas decisoes via VOTO.
    Oras, se a maioria se sente segura com a presença da policia no campus, por que diabos a minoria faz tanto estardalhaço e apresenta tais ridiculos manifestos (voces, que se dizem “defensores das minorias”, nunca passaram por uma “truculencia” da policia; nao sabem como e’ de verdade a policia entrando para “valer”; veem de familias ricas — embora apregoem contra a “burguesia” — possuem carros e mesadas; nao moraram em favelas — ops, temos que chamar de comunidade hoje em dia para nao ser politicamente incorretos — e nao viram a policia usar de forca; e nao queiram).
    Entao, “cazzo” (palavrao em outra lingua pode usar?), vao estudar, produzir e conversar com as familias dos estudantes mortos, assaltados, feridos, estupradas etc, casos que ocorriam com enorme frequencia antes do convenio com a PM. Convencam estas familias e estas vitimas de que os seus entes foram feridos, mortos, violentados e violados para que a minoria possa fumar seu “baseado” em paz.
    E descanse em paz, democracia, ja que esta’ para ser morta (pelo menos e’ o que deseja esta minoria que assinou este ridiculo manifesto).

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