Na terça, uma foto

Na realidade, “algumas” fotos…

São três momentos da antiga estação ferroviária Martins Guimarães, de São José dos Campos – sendo a foto mais antiga datada de cerca de 1928, logo abaixo.

Essa estação, situada na atual Estrada Municipal Martins Guimarães (lá pras bandas da Vila Industrial), foi inaugurada em 1921 e quatro anos depois reconstruída a cerca de 2,5km do ponto original, em função da abertura da variante da linha férrea em São José dos Campos.

O seu nome homenageia o engenheiro José Francisco Martins Guimarães Filho, chefe de tráfego em 1892 e depois chefe de linha e diretor (isso me lembra que tem uns “Guimarães” perdidos em minha árvore genealógica, vindos lá do interior de Minas…).

Por volta de 1948 a estação foi desativada devido à construção de uma variante muito próxima a ela, mas que a deixou fora da linha. Uma nova foi construída (a uns cem metros da original) com o mesmo nome na variante, mas foi demolida – a nova – no início de 2004.

Apesar de abandonada, a estação ainda está de pé e é tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal desde 1996, como se vê pelo “perfeito” trabalho de preservação e manutenção a seguir…

Segundo notícias (internetísticas), ainda que pertença ao espólio da RFFSA, essa construção logo vai acabar caindo, pois as colunas tiveram tijolos retirados e estão muito desgastadas e finas. Na prática, o que mais protege a estação neste momento é o alto matagal que dificulta o acesso a ela…

Apesar de uma decisão judicial em primeira instância – movida pelo Ministério Público Federal – que obrigaria o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a realizar obras de restauração nessa estação, a mesma foi suspensa após a atuação da Procuradoria Regional Federal da 3ª Região, pois foi alegado que não teriam sido cumpridos os procedimentos do Decreto-Lei nº 25/37 (isso mesmo, 1937, ainda da época do Getúlio!), de modo que o tombamento estaria irregular.

Enquanto dura a pendenga, cada vez mais há menos da construção. Na minha opinião, o dinheiro que já foi consumido processualmente entre horas de trabalho de procuradores e serventuários da justiça de um modo geral já garantiria a reforma da estação – que nem é tão grande assim!

Mas, “com sorte”, quem sabe o prédio já não cai primeiro? Na prática não seria isso que acaba sempre acontecendo nessas quedas de braço? Daí, segundo aquele velho fluxograma que já rodou centenas de vezes pela Internet, você puxa uma seta desviando de todos os quadros que imputam responsabilidades até conseguir chegar ao input final onde está escrito “não há problemas”