Turma da Mônica Jovem

Uma das minhas lembranças mais antigas no que diz respeito a quadrinhos me remete diretamente à Turma da Mônica. Costumávamos ir na casa de meu bisa e lá havia uma espécie de hall onde sempre tinha alguns jornais da semana. Ávido eu procurava pela Folhinha (era esse mesmo o nome?) para poder ver aqueles desenhos que me agradavam tanto. Sim, ver, pois eu sequer era alfabetizado…

Mais tarde, ainda na infância, o vizinho de meu pai abriu para mim as portas de um tesouro. Em sua garagem haviam prateleiras e mais prateleiras de revistas e gibis dos mais variados tipos. Suas filhas haviam crescido, eram adolescentes, e aquilo já não lhes importava mais. Não sei dizer quantas horas eu devo ter passado dentro daquela garagem (pois ele, sabiamente, não permitia que as revistas saíssem de lá) onde lia revistas do Tio Patinhas, Pato Donald, Mickey, Gasparzinho, Riquinho, Brasinha, O Gigante Miudinho e, claro, Turma da Mônica. Ainda em suas primeiras estórias.

Mas o tempo passou e eu fui criando mais outros gostos por leitura. Sim, outros, pois sempre que tive oportunidade não deixei de dar uma boa lida nas revistinhas da Turma. Mas minhas preferências definitivamente passaram para outros tipos de literatura quadrinística, donde posso citar o apreço por determinados desenhistas e personagens da revista MAD (Aragonés, Don Martin, Spy x Spy, etc), Conan, o Bárbaro (desde que nas mãos de Buscema), todas as revistas do Asterix (ferpeitamente óbvio!), a linha de heróis da DC Comics, bem como a linha Vertigo – com uma predileção por estórias do Sandman e de John Constantine.

Ou seja, os chamados “quadrinhos adultos”.

A Dona Patroa sempre disse que no Brasil ela sente falta de uma linha de gibis para as diversas faixas etárias. Segundo ela, no Japão (lembrem-se que ela morou lá por quatro anos), existem revistas para todos os gostos, passando por todas as idades, desde bebês até idosos. Aliás, uma das linhas mais fortes seria justamente a de adolescentes. Mas no Brasil ela só consegue identificar revistas para crianças ou para adultos – sem meio termo!

Mas, voltando à Turma da Mônica, hoje, quase quarentão (eu disse quase!), cabe a meus filhos a leitura dessas revistas sempre que podem. E de vez em quando também pego para dar uma lida e lá estão todos os personagens de minha infância e mais outros que foram criados e ainda alguns que foram “modernizados”.

Destes a modernização mais óbvia coube à Tina, que antigamente era nada mais nada menos que uma adolescente bicho grilo, cabelão comprido e liso, camisetona listrada surrada, um medalhão hippie no peito, e que vivia suas desventuras com o Rolo. Nas revistas de hoje – talvez tentando atingir um público adolescente – ela virou uma espécie de “cocotinha” (ainda se usa esse termo?) e o Rolo um belo dum paquerador!

E a Turma da Mônica? Continuam com seus aproximadamente sete anos de idade…

Ou melhor, continuavam!

Isso porque o Maurício de Souza acabou de criar a “Turma da Mônica Jovem”. Ainda continuam existindo os quadrinhos tradicionais, mas percebe-se nessa nova linha uma espécie de experiência para chegar justamente nos adolescentes. Foi adotado o estilo mangá – o que já vinha acontecendo usualmente em algumas cenas das demais estórias – e nesse início as personalidades ainda parecem estar sendo redefinidas. A Mônica abandonou o eterno vestidinho vermelho, o Cebolinha tem mais que cinco fios de cabelo e passou a pronunciar todos os “erres”, a Magali aprendeu a dominar seu super-ultra-mega-blaster-advanced-plus apetite descontrolado, e o Cascão passou a tomar banho (!!!!!!). Também estão lá o Franjinha, agora simplesmente Franja; o Anjinho, que adotou o codinome Céu-Boy (qualquer semelhança com o personagem HellBoy com certeza não é mera coincidência); o Louco, não tão louco mas agora professor na escola da Turma; e – vejam só – o Capitão Feio (mas com outro título).

Ainda de uma forma muito sutil – mais até do que seria necessário – um pouco de malícia e sensualidade também foi inserida na estória. Mas muito pouco. Tomara que aprendam a explorar melhor essa característica, senão creio que será difícil que atinjam o público-alvo almejado…

Fontes truetype no Ubuntu

Ao contrário do que acontece no EEE-PC, que já tem várias ferramentas for dummies, por melhor que seja o estado da técnica, o Ubuntu ainda tem lá suas limitações.

Uma delas diz respeito à instalação de fontes truetype (ttf) para utilização por seus diversos programas (de texto, imagem, formatação, sei lá).

A solução para isso é proceder com a instalação do pacote msttcorefontsMicrosoft True Type Core Fonts – de modo que você já consegue as fontes mais tradicionais utilizada no M$-Windows, tais como Arial, Times New Roman, etc. Para instalar o dito pacote, existem duas opções.

Na primeira opção abra uma janela de Terminal (algo como a “janela do DOS”) e digite a seguinte linha de comando, teclando ENTER no final:

sudo apt-get install msttcorefonts

Outra maneira de fazer a mesma coisa é abrir o programa Synaptic, localizar a opção msttcorefonts e marcá-la para instalação. Na realidade o Synaptic faz tudo que o apt-get faz, pois este nada mais é que uma interface gráfica daquele…

Bem, em qualquer dos casos, teremos que o pacote pretendido será instalado. De imediato as fontes já estarão presentes e é possível visualizar especificamente quais são elas vendo o conteúdo do seguinte diretório:

/usr/share/fonts/truetype/msttcorefonts/

Mas e aquelas fontes que você tanto gosta e não estão lá? Como instalá-las?

Fácil.

Basta copiá-las no diretório citado!

Simples assim.

Ou quase…

Acontece que existem dois perrenguezinhos nesse complemento de dica.

O primeiro é que você precisa ter acesso ao diretório criado pelo mstt (dá muito trabalho ficar digitando aquele nome inteiro!), ou seja, tem que estar logado como root. Caso contrário não conseguirá copiar as novas fontes para lá após a instalação do pacote. Uma maneira de contornar mais facilmente (e não ter que ficar abrindo o Terminal ou se logando toda hora como root) é mudar os atributos do diretório – daí você conseguirá até mesmo um simples arrastar-e-colar no modo gráfico. Existem várias maneiras de mudar esses atributos, uma delas é, através do Terminal, digitar:

sudo chown -R nome.user /usr/share/fonts/truetype/msttcorefonts

Bem, isso resolve o primeiro perrengue. Ah, sim. O segundo. Acontece que para “ativar” as fontes novas que você tiver colocado nesse diretório é necessário refazer o cache das fontes (ou seja, a vaga memória do bichinho). Para refazer o cache, você também tem várias opções, a maioria delas envolvendo o reinício de processos – e até mesmo da máquina. A maneira mais direta de fazer isso é também através do Terminal:

fc-cache -f -v

A opção -f força uma varredura nos diretórios e a opção -v mostra o resultado na tela.

E pronto! Fontes disponíveis para uso!

Existem várias dicas complementares na Internet, mas essa receita aí de cima só foi possível graças a alguns ingredientes específicos que fervi no caldeirão – vindos dos blogs (e comentários) do Tales, Cadunico, Siriarah e uma pitadinha do FranciscoLima.

Valeu, pessoal!