Fechando uma etapa

Sim, é hora de fechar mais uma etapa neste nosso Projeto.

No caso, as portas! 😀

Como vocês devem se lembrar, nossas últimas atividades foram em dezembro de 2017. Pois bem. Após um conturbado início de ano (pra variar…) agora já estamos no final de junho de 2018. O chicote já foi distribuído de ponta a ponta e as laterais, setas, faróis e lanternas já estão no lugar.

E já que o negócio do japonês é cuidar da parte elétrica e ultimamente eu tenho tido mais tempo livre do que gostaria, o negócio é aportar lá na oficina dele e começar a montar o que eu puder, certo?

Então decidi começar pelas portas.

Só para não deslembrar elas estavam assim:

   

E agora estão assim:

   

Bão, o primeiro passo a ser dado é o seguinte: “como é mesmo que monta essa bagaça”???

Antes de mais nada resolvi dar uma consultada nos alfarrábios da vida e fui conferir o que temos lá no Catálogo de Peças e Acessórios da Chevrolet (o link de acesso tá aí do lado, na sessão Jogado no Assoalho). Capítulo 12: pára-brisa – portas – controles.

Ok. O esquema é até interessante, mas por si só não me responde como o que vai onde. Por isso me precavi e lá atrás, quando desmontei as portas, tive o cuidado de registrar o antes e o depois, só para não correr o risco de me perder…

Comecemos pela limpeza das peças para que fique tudo razoavelmente apresentável, certo? A que estava em estado mais lastimável era a fechadura, entre óleo, graxa e sujeira acumulada.

Mas nada que não se resolva com um bom banho de gasolina acompanhado de um pincel (trincha) para cutucar todos os cantinhos que puder. A bichinha já ficou com outra aparência…

Mas como eu sou eu e Murphy parece ser um sujeito que tem dedicado sua vida para me infernizar, alguma coisa tinha que acontecer, certo? Ou melhor, errado. Pois bem. Temos duas fechaduras e ambas deveriam estar funcionando perfeitamente. Só que após a limpeza, ao testar todos os cliques e claques e vais e vens que elas teriam que fazer, percebi que uma não estava funcionando direitinho. Comparando uma e outra para descobrir o que poderia estar errado, acabei descobrindo. Acontece que ambas têm uma mola (se bem me lembro para dar o retorno da lingueta) que deveriam estar na mesma situação dessa aí embaixo.

E como é que estava a mola da outra fechadura?

Merda.

E a fechadura sem a mola não tinha como dar o retorno.

Fui fuçar no monte de tralhas que tenho guardado na garagem – que nem é tanto assim, mas sempre acabo me surpreendendo por ter guardado alguma coisa que já deveria ter jogado fora e que no final das contas acaba me servindo – e acabei por encontrar uma mola mais ou menos parecida…

Paciência. Não é bem a mesma, mas a pressão dela está boa e dá para encaixar no lugar. É o que tem pra hoje e vai ter que servir. Aperta daqui, torce dali, enfia acolá, arranja um novo pino pra prender, fecha o conjunto, testa tudo. Perfeito!

Muito bem. Continuando a “operação limpeza” as vítimas seguintes foram os batentes. Esqueci de registrar como estava o “antes”, mas garanto-lhes que estava bem ruinzinho, pois antes mesmo de limpá-los ainda tive que raspar toda a tinta que os recobria, pois algum esperto proprietário anterior resolveu que não era necessário tirá-los para pintar o carro. Ficaram assim:

Detalhe importante: ainda que não pareça, essas arruelas não são arruelas comuns, pois elas têm ranhuras e ressaltos que servem para travar os batentes no lugar, já que eles possuem uma certa regulagem para poder acertar o ponto certo de fechamento das portas. Como nesse momento não haveria nenhum problema maior em já deixá-los no lugar, já aproveitei e aparafusei-os no canto deles.

   

Um trabalho um pouco maior, que foi além da limpeza, foi com a chapa que serve para travar a maçaneta externa da porta. Mesmo que sua maior parte fique escondidinha, ainda assim uma parte fica exposta – que é justamente a que usamos para poder tirar a maçaneta. Então o negócio seria também jogar uma tinta nela.

      

(Por gentileza, ignorem as latas de cerveja ao fundo, pois eu só as mantenho ali para… bem… para… quer dizer… Ah, sim! “Fins medicinais”. Isso mesmo. Para fins medicinais, ok?)

Com tudo limpo e (em tese) funcionando, agora começa a operação para colocar cada peça no seu devido lugar. Então comecei a montagem com tudo aquilo que fosse possível de encaixar antes mesmo de fixar, a começar pela alavanca que liga e controla a vareta que vem da fechadura com o liame – mais conhecido como “o pininho da porta”…

Percebam que essas travas existem para que não se corra o risco de que escapem à toa.

E após estarem no lugar devem estar firmes.

E depois é só já conectá-lo com o outro balancim da própria fechadura.

Uma fez afixado no seu devido lugar, o pininho da porta, desculpem, o liame já voltou a ter uma função ativa!

É lógico que vocês não vão fazer como o cabaço aqui que, encantado com a fechadura já instalada, simplesmente fechou a porta para ver se travava. Só que sem as maçanetas interna e externa como mesmo que eu iria abrir a porta? Então. Besta quadrada que sou…

Bom, para garantir que eu não cometa novamente a mesma gafe, melhor já colocar a maçaneta interna de uma vez, conforme dá para se ver pela foto a seguir. Detalhe: aquele protetor de borracha que fica ali bem na altura da metade da vareta foi colado com Super Bonder mesmo.

Agora é a vez da maçaneta externa – que recebeu um acabamento em Bombril para voltar a ter o brilho de outrora!

A lingueta que vocês viram na foto anterior vai ter que encaixar perfeitamente no respectivo buraco da fechadura, que, se tudo estiver no gabarito, vai estar na mesma posição dessa foto a seguir.

E para travar a maçaneta externa? Como fazer? Lembram-se daquela chapa que eu pintei. Então. Basta simplesmente encaixá-la na maçaneta por dentro, como se fosse uma gaveta.

   

E, finalmente, eis a porta como estava antes e como ficou agora:

   

Ou seja, as portas do Titanic voltaram a funcionar perfeitamente!

   

E para provar que é verdade verdadeira, vejam só isso:

Esse clique-claque de porta de geladeira antiga é simplesmente maravilhoso, não é mesmo? E, de fato, como vocês viram no finalzinho do filme, o mardito japonês continua usando o porta-malas do Opala como depósito mundial de qualquer coisa que tenha que jogar em qualquer lugar…

Ao menos o garrafão de cachaça continua ali… E é da boa! 🙂

Speed Racer

Dia desses eu estava na caça de algumas referências visuais para o nosso amado, idolatrado, salve, salve, Titanic e vim parar na imagem desse estupendo SS aí em cima.

E então resolvi perguntar para mim mesmo: “mim mesmo, desde quando gostamos tanto assim de carros?…”

E fui buscar minhas memórias mais antigas, desde quando ainda brincava nos fundos da casa de meus pais, quando bastava um toquinho de madeira, quatro pregos, quatro tampinhas e – pronto! – estava feito meu carrinho para ficar empurrando pelos montes de terra, grama e lama que eu espalhava pelo quintal.

Mas ainda não era isso. Esse quê de paixão com relação às curvas do carro, com o ronco do motor, com a tecnologia embarcada – nada disso estava presente naquela pueril brincadeira de criança.

Foi então que me lembrei!

Speed Racer!

Naquela época da infância – idos da década de setenta – não havia Internet, não tínhamos acesso (nem interesse) a revistas especializadas e, quando muito, havia o sinal da TV aberta, impingindo-nos o que quer que achassem que valia a pena. Bem, com relação à TV até hoje ainda continua assim…

Enfim, dentre as parcas opções oferecidas pela extinta TV Tupi (que mais tarde viria a se tornar o SBT) tínhamos o desenho japonês dos anos sessenta Mach Go Go Go que acabaram “traduzindo” para o resto do mundo como Speed Racer. Um piloto sempre ético que, juntamente com a família e amigos, sempre estava disposto a lutar pela justiça e, de quebra, sagrar-se como Campeão do Mundo nas corridas.

Mas a grande estrela era o Mach 5. Um possante carro com linhas futuristas e que tinha como maior atrativo seu volante com sete botões, nominados de A a G, que permitiam ao piloto se destacar dentre os demais pilotos nos momentos cruciais das corridas:

(A) Autojack – hastes propulsoras, que faziam o carro saltar;

(B) Belt Tire – esteira que recobria os pneus em terrenos acidentados e também servia para proteger os pneus contra armadilhas;

(C) Cutter – duas serras, que saíam da fente do carro, para cortar qualquer obstáculo;

(D) Defenser – uma proteção de vidro à prova de balas que recobria o cockpit;

(E) Evening Eye – faróis infravermelhos;

(F) Frogger – permitia que o carro funcionasse e viajasse debaixo d’água, como um submarino; e

(G) Gizmo Robot – um robô mensageiro, na forma de um pombo-correio, que também funcionava como um GPS, fornecendo sempre a localização exata do Mach 5.

Como muitos outros animes, era um desenho bastante fantasioso, com cenas que beiravam o absurdo da lógica e movimentos dos carros que desafiavam as leis da física. E lá eu queria saber disso? Eu curtia – e muito – cada uma daquelas aventuras, isso sim!

Mas o tempo passou, eu cresci, outros interesses surgiram na minha vida e aquele pedacinho de emoção meio que ficou perdido lá na infância…

Há alguns anos, quando meus filhotes ainda eram pequenos (e agora já com o advento da Internet), consegui localizar vários episódios daquela série. Fomos assistir juntos e, ainda que eles até tenham gostado, pra mim ficou um gostinho estranho, pois “não era bem assim que eu me lembrava”… Alguns traços até mesmo meio toscos, umas tramas previsíveis, piadas óbvias, mistérios fajutos… Algo se quebrou. E fiquei imaginando, uma vez que já eram inúmeros os recursos digitais existentes, como seria bom se alguém resolvesse transformar aquele desenho em filme.

E eis que aconteceu!

Em 2008 lançaram o filme Speed Racer (que já vinha sendo desenvolvido desde 1992), contando inclusive com alguns medalhões do cinema! O filme possuía efeitos especiais absurdos e em excesso e, assim como eu me lembrava do desenho, com situações que desafiavam as leis da física. A bilheteria não foi tão boa quanto esperavam (até porque teve que competir com então recém-lançado – e excelente – Homem de Ferro), o público mais novo não se interessou tanto por um “remake” de um desenho dos anos sessenta e a crítica caiu de pau. Como sempre.

E eu lá quis saber disso? Assisti e, sim, gostei muito mesmo do filme. Me trouxe de volta todos aqueles bons sentimentos que eu tinha quando assistia os desenhos lá na minha longínqua infância!

E para não ficarmos só em palavras, eis a cena que eu considero como sendo a melhor do filme. Absurdamente repleta de efeitos especiais, desenho animado, saltos impossíveis, movimentos absurdos, reações exageradas, ou seja, tudo que é de bom para o nosso entretenimento. Para o MEU entretenimento. Ainda que você não tenha visto todo o restante da película, não tem como assistir esses parcos três minutos de filme sem se emocionar com tudo que está acontecendo naquele momento final da corrida…

Vencido por vencido…

Um dia normal, como outro qualquer. Bem, quase. Até porque vocês sabem que esse negócio de “dia normal” raramente funciona na minha vida…

Enfim, pela manhã peguei o carro da Dona Patroa – Madame Zafira (que é o nome do carro, não da Patroa) – e fui levar o filhote mais velho no Tiro de Guerra (afinal de contas alguém nesta família tinha que servir pra alguma coisa). Um trajeto de aproximadamente uns 15 quilômetros. Estávamos quase chegando quando ouço aquela barulheira:

– KA-TA-LA-KA-TA-TA-TA-KLA-PLA-TA-KA!!!

Bem, não sei se a construção ortográfica acima corresponde à realidade, mas foi mais ou menos isso que ouvi. Faltava cerca de um quilômetro pra chegar e resolvi arriscar. Tirei o pé, suavizei na condução e, no horário, deixei o filhote para que cumprisse com suas torturas obrigações diárias…

Quinhentos metros à frente, num parcamente iluminado posto de gasolina (afinal ainda estávamos por volta de cinco da matina), encostei a Madame Zafira e fui dar uma olhada no motor. Sinceridade: parecia que tinha explodido uma bomba de óleo por ali. Tinha óleo pra tudo quanto é lado, em cima, embaixo, de um lado, do outro, escorrendo, pingando, enfim, uma lambança total! Naquele momento eu não soube identificar o porquê do acontecido e limitei-me a ativar o seguro (sim, ainda bem que a Dona Patroa paga um seguro para o automóvel) para guinchar o carro até a cidade vizinha, Jacareí, na sempre confiável automecânica do “Seo” Waltair.

Mais tarde vim a saber que o filtro de óleo havia soltado (mardito frentista!), deixando escapar praticamente todo o óleo do motor. Aquela barulheira infernal eram simplesmente os tuchos trabalhando à seco. Como não andei muito não chegou a comprometer o motor, mas foi necessária uma revisão completa. E dá-lhe cascalho ($$$)…

Mas esse ainda não é o ponto.

O ponto é que à tarde eu precisava levar minha mãe no médico. Porém, com a Madame Zafira no estaleiro e a Dona Patroa tendo confiscado o Bilbo (nosso sempre valente Ford Ka) para trabalhar, me restou lançar mão do carro do meu sogro que divide a garagem com os demais (o carro, não o sogro), um Golzinho quadrado do ano de 92.

Ocorre que, por conta de seus 86 anos e de uma surdeza inabalável, meu sogro praticamente não dirige mais. O carro está parado há meses. Deu um tanto de trabalho pra pegar, mas no final das contas, entre trancos e barrancos, funcionou. Ruim. Falhando. Mas funcionou. Até porque o carro não está tão judiado assim. Confiram:

Pois bem. Levei minha mãe no médico, voltei com ela pra casa (eu moro na Zona Sul e ela na Zona Norte, nos extremos opostos de São José dos Campos) e tomei meu rumo. E o carro ruim. E pela quilometragem, para um carro com seus 26 anos, ele nem está tão rodado assim.

Então disse pra mim mesmo: “Mim Mesmo, não é possível que esse carro esteja tão ruim assim. Bão, como faz tempo que ele está encostado, talvez se eu trocar o óleo melhore um pouco…”

Vocês sabem que, quando usamos óleo mineral, o ideal é trocar o óleo do motor de um veículo a cada cinco mil quilômetros. Ou a cada seis meses, caso não se rode tanto com o carro. Eu tinha certeza que o Gol já estava parado há bem mais que seis meses, então fui conferir na etiqueta. Foi trocado com cerca de 175 mil km, portanto a próxima troca seria com 180 mil. O hodômetro acusava 179 mil, então não seria pela quilometragem. Como estamos em maio, restava verificar há quanto tempo foi a última troca.

Outubro.

Cerca de 7 meses atrás.

Se fosse de 2017.

Pois não era.

Sabem em que ano o óleo foi trocado pela última vez?

2012!!!!!

Isso mesmo.

Dois. Zero. Doze. No ano de Nosso Senhor de dois mil e doze foi quando se deu a última troca de óleo desse carro. CINCO ANOS E SETE MESES ATRÁS.

E eu que achava que meu sogro já tinha me surpreendido de todas as maneiras possíveis, em especial da última vez, quando ele tentou recarregar a bateria direto na tomada

Outro combate inusitado

Alguém ainda se lembra daquele combate inusitado?

Pois é. Quando a gente pensa que já viu de tudo ainda acaba sendo surpreendido.

Isso porque a ÚLTIMA coisa que eu poderia imaginar seria que o Impala 67 do Dean (de Supernatural) algum dia iria tirar um racha com a Mystery Machine do Fred (de Scooby Doo).

Pra ver como as coisa são… Confiram:

 

A estrada até agora

Muito bem, já estamos em dezembro de 2017.

Acontece que os serviços no Titanic foram feitos, as fotos foram tiradas, alguns vídeos foram editados, mas cadê de atualizações por aqui no blog? Neca de pitibiribas!*

Então vamos dar uma rápida recapitulada no que foi feito até agora, desde que o Titanic aportou na autoelétrica do Japonês em meados de abril deste ano, ok?

Como podem ver, reinstalei os para-lamas dianteiros depois de uma trabalheira do cão para reconstruir as roscas fixas que em sua maioria estavam enferrujadas, pintadas, entupidas e zicadas.

Com os para-lamas no lugar foi possível instalar o conjunto de seta, lanterna e faróis propriamente ditos – logo depois de um breve trabalho de “recuperação” do que foi possível recuperar.

Nesse meio tempo o Japonês já tinha reconstruído parte do chicote, refeito um tanto das ligações, tendo passado o bichinho de cabo a rabo no carro. De quebra já deixou instalado, também, o motor do limpador do para-brisa.

Com o chicote no devido lugar as lanternas traseiras também já puderam ser acomodadas, bem como a singela tampa do tanque de combustível bem ali no meio (que a bem da verdade não dependia em nada da parte elétrica, mas é que eu precisava falar dela…).

Aliás, vamos combinar que o Japonês é foda. É bão. Mas é foda. Durante todo o tempo que o Titanic esteve “internado” lá na autoelétrica, pouco a pouco ele foi se tornando um repositório de qualquer coisa que precisasse ser jogado nalgum canto – só que nesse caso o “canto” era ele. O carro. Jornais velhos, pedaços de fio, lâmpadas queimadas, caixas vazias, sacos plásticos, peças avulsas, mais pedaços de fios, ferramentas, latas de cerveja, caixas de ovos, catálogos velhos, um garrafão de cachaça, correspondências, boletos, contas – enfim, não havia limite para o que poderia ser encontrado por ali. E olhe que estamos falando do porta-malas de um Opala, hein? Quando do final dessa etapa certamente que eu levarei um dia inteiro – um dia inteiro! – para tirar tudo que estiver por ali e guardar o que precisar ser guardado e jogar fora o que precisar ser jogado. Menos o garrafão de cachaça, pois sempre dou uma passadinha por lá para “fins de degustação”… 😀

Mesmo com tantas idas e vindas, ao menos as portas parecem que continuam alinhadas.

Se bem que vou ter que dar uma boa olhada nesse vão aí…

Do outro lado o alinhamento também está ok – só não parou no lugar porque está sem as maçanetas.

Esta foto da porta é especificamente para que eu tenha a referência de furos, formatos e medidas do que terei que caçar lá em casa para poder montar novamente suas fechaduras e trincos.

Que é exatamente a mesma justificativa para esta foto do batente.

E aqui, além da questão dos trincos, também terei que preparar as máquinas dos vidros laterais, tanto dianteiro quanto traseiro, bem como o quebra-vento. E o meu pobre painel recuperado ali no assoalho, empoeirando… Ai, ai…

E, ainda que não dê para perceber por essa foto, mas a “barrigada” do carro já está toda ali. Me refiro àquele emaranhado inominável de fios e cores que passam por baixo do painel e que invariavelmente dão desgosto para qualquer opaleiro de primeira viagem que resolva enfiar a cabeça ali debaixo para conferir como está…

Muito bem, então está combinado! O próximo passo será a limpeza e recuperação das peças, bem como a montagem dos trincos das portas Ou seja, preparem-se, porque lá vem mais um passo a passo neste nosso cantinho virtual, cada vez mais deixando o nosso caríssimo Titanic menos distante de voltar às ruas!

E enquanto isso vou procurar continuar recheando o blog aqui com novidades do arco da velha, ok?

Semana que vem tem mais!

Ou ao menos quando eu puder…

* Se você, incauto opaleiro, não entendeu lhufas o que eu quis dizer com essa expressão (e talvez nem com essa palavra aí atrás), então você é ainda muito mais jovem que este ancião que vos tecla, de modo que sugiro que vá conferir o seu exato significado lá no Alfarrábio, do amigo e copoanheiro Bicarato, um dos poucos blogs que ainda sobrevivem às redes sociais de hoje em dia. Fica a dica: perca-se lendo os comentários! 😉

Contando farol – parte 3 de 3

Muito bem, crianças: agora é pra valer: mãos à obra!

Não que antes não fosse…

Mas vamos contextualizar um pouco essa história: depois de limpar e pintar os canecos dos faróis, bem como juntar todas as peças que orbitam para sua montagem (em especial uma caixa com parafusos das mais diversas espécies e todos misturados), lá fui eu pra autoelétrica do japonês – também conhecido como Osvaldo – para montar a bagaça toda.

Mais pela lógica que pelo conhecimento, pouco a pouco fui instalando daqui, conectando dali, montando acolá e quando menos esperava o farol esquerdo já estava montado!

Foi bom para eu perceber alguns “erros” que cometi, bem como para determinar uma ordem certa para montar todo o conjunto. Só que nessa brincadeira arrebentei uma das molas que prende a parte de baixo do caneco (cujo nome correto é “Suporte da Célula Óptica do Farol”).

– Japonês! Dá uma olhada… Você não teria uma destas por aí?

– Iiiich… Isso aí você só vai encontrar lá no Centro!

Merda. Não estava nos meus planos ter que me deslocar pro Centro da cidade. Não que seja longe – uns quinze minutinhos no máximo. Só que o que me enche o pacová é o trânsito chato nas ruas estreitas e a dificuldade de estacionar na região em que estão as casas de parafusos e ferragens. Resolvi dar uma olhada em algumas casas de ferragens próximas de onde moro e, já na primeira, o discurso foi o mesmo: só lá no Centro.

Mas o sujeito pensou bem e acabou me dizendo que ele até tinha uma mola ali, com uma pressão compatível com a que eu queria – só que era bem maior. Ou seja, eu precisaria cortar. Também pensei um pouco e resolvi arriscar. Afinal, o “não” eu já tinha… Ainda assim morri com cincão pela mola cujo tamanho dava umas dez da que eu precisava.

Novamente em casa e com muito jeitinho, prendendo a danada na morsa (ou torno de bancada, se preferirem), usando um alicate de bico fino mais uma faca e depois uma chave de fenda grossa para espaçar a mola e ao final serrando na altura que eu precisava – pois ela era por demais resistente para tentar simplesmente usar um alicate de corte – eis que a “cirurgia” deu certo! E, sim, por ser mais larga que a original ela ficou menorzinha no meio, mas o que realmente importa é o seu comprimento total para dar o encaixe e a pressão correta.

Muito bem! De volta à oficina agora vamos começar com um passo a passo que é para que vocês não possam dizer que eu não sou um cara legal e que não ensinei direitinho como é que se monta o jogo de farol do Opala! Nossa primeira imagem é o buraco onde vai o todo o conjunto, ainda sem nada instalado.

A primeira peça a colocar, caso já não esteja fixada, é essa moldura da lataria – cujo nome correto é “reforço” (nomezinho besta). Vão por mim. Colocar ela por último dá um trabalho do cão, pois você fica sem espaço para manusear os parafusos que a prendem. Experiência própria.

Aliás, para que não se enganem: ela é presa apenas com quatro parafusinhos de rosca soberba e cabeça larga. Dois vão em cima, como dá pra se ver no lado esquerdo já instalado.

E outros dois vão embaixo! Caso os parafusos originais tenham desaparecido recomendo veementemente a utilização de arruelas, ok?

Nessa imagem a seguir reparem bem na parte de baixo, onde existe um quadradinho com um risquinho do lado, pois é ali que a mola vai ser encaixada. Os outros dois furos, ao meio dia e às três da tarde, são por onde fixaremos os reguladores.

Esses reguladores não deixam de ser, na sua essência, um simples parafuso com porca. Será necessário desrosqueá-los, pois, na imagem, a parte da esquerda, que é o parafuso, vai presa no caneco, enquanto que a parte da direita, que é a porca, vai POR TRÁS daqueles furos que vimos ainda agorinha.

Vejamos o caneco. Nele existem dois quadradinhos para encaixar os parafusos dos reguladores, bem como um rasguinho para o encaixe da mola. O negócio é já deixar tudo encaixado e firme – em especial a mola.

O próximo passo é o pior de todos, pois você tem que primeiramente com uma mão encaixar a mola e, com muito jeitinho, com a outra mão fazer os parafusos dos reguladores passarem pelos buracos, enquanto que com a outra mão você rosqueia esses parafusos na parte de trás de lataria, sem deixar, é claro, de segurar a parte da frente com a outra mão. Não, não, não – não é necessário chamar ninguém, dá pra fazer sozinho, sim. Mas é um inferno enfiar os dedos pelo vãozinho para conseguir encaixar cada coisa no seu lugar, principalmente se tiverem mãos grandes como as minhas. Sugestão? Chame alguém com mãos pequenas para ajudar nessa parte – um adolescente, uma criança, sei lá. Só não chame a Patroa. Elas nunca mais nos deixariam esquecer que SE NÃO FOSSE POR ELAS não teríamos conseguido…

Enfim uma vez que a mola esteja no lugar e os reguladores estejam firmes, essa é a primeira aparência do farol. E, sim, no meu caso ele está meio de esgueio, mas é por conta do caneco alienígena que comprei, que provavelmente deve ser de um modelo de algum outro ano e o encaixe variou de posição. Mas, como já disse antes, o que eu quero é a parte elétrica funcionando, os ajustes eu faço depois.

Pelo outro lado da lataria essa é a aparência que teremos: os dois reguladores segurando o caneco e a mola muito bem encaixadinha ali embaixo.

E enquanto digito este texto acaba de me ocorrer o óbvio: COMO EU SOU CABAÇO!!!

Porra, eu não teria tido tanto trabalho se tivesse montado direto o caneco e DEPOIS colocado o farol, fixando ele com o aro, como tem que ser! Aliás, quando a gente troca o farol não há necessidade nenhuma de mexer com o suporte ou os reguladores ou a mola ou porcaria nenhuma.

PUTA QUE O LAMERDA, QUE RAIVA!!!

Bão, agora já foi. Melhor pra vocês, que não vão cometer o mesmo erro que o idiota aqui…

Arre! Agora vamos colocar a moldura. Aliás a foto anterior é só um detalhe da mola QUE DEU UM TRABALHO DO SENHOR CARALHO PRA COLOCAR, PORQUE EU SOU UMA BESTA!!!

Calma.

Tá passando.

Onde estávamos? Ah, sim: a moldura.

Sabem o reforço que colocamos logo no início? Reparem bem na parte debaixo dele, pois ali tem um sobressalto que vai funcionar como um encaixe para a moldura.

É nele que vai ficar apoiada a parte inferior da moldura, a qual tem um pininho que vai se amoldar bem nesse encaixe.

Agora reparem na parte de cima, onde existem duas abas com dois buracos bem largos: um na própria lataria do veículo e outro no reforço. É ali que vamos fixar a parte de cima da moldura.

Porra, tá difícil de esquecer…

Por que é que eu faço essas coisas, hein? Custava eu ter desmontado tudo antes? Custava PERGUNTAR pra alguém como fazer. Mas não! O bonitão aqui, taurino, teimoso e turrão tinha que se meter a fazer tudo sozinho! Bem feito. Besta quadrada.

Nossa, como eu suei! Como eu ralei os dedos naquele aperto entre o caneco e a lataria!

E NÃO PRECISAVA DE NADA DISSO!!!

Cacete.

Para.

Respira.

Ah, e essa imagem seguinte é o da presilha que vai prender a moldura, tá bom?

Caso alguém tenha dúvida de como usar a presilha, eis uma fotinha tirada antes de acabar de rosqueá-la. E fica a dica: caso a presilha seja novinha em folha (como a que usei) dê uma rosqueada com o parafuso ANTES de colocá-la no lugar, pra alargar um pouquinho a passagem e ficar mais fácil de ajustá-la.

E agora, uma vez que já está tudo firme e no seu devido lugar, a aparência do Titanic já começou a mudar radicalmente!

E me levou a constatar um outro detalhe. Bem, saibam que mais tarde, quando estiver tudo pronto, eu ainda vou levar o Titanic de volta lá no Seo Zé (não o meu pai, o funileiro) para que ele possa ajustar melhor algumas partes, passar uma tinta aqui ou ali porque riscou, essas coisas. Mas acho que vou aproveitar e pedir para que ele passe, sei lá, um preto fosco em toda a parte interna da frente do carro. Acho que vai ornar mais…

Enfim, apesar dos percalços (e da minha própria idiotice), os faróis estão devidamente instalados. Cada vez mais o Titanic menos parece um carro em reforma e vai voltando à sua aparência original. Agora vamos ver se eu dou um gás no japonês para que possamos terminar logo essa fase. Ao menos enquanto eu ainda tenha uns caraminguás pra poder continuar tocando adiante o nosso Projeto!

Cara… Eu tenho certeza que ainda vou ter pesadelos à noite a cada vez que eu me lembrar da minha cabacice…