Empneuzando…

Depois da nossa viagem fiquei com um belo dum sifonáptero na parte posterior do pavilhão auricular…

Isso mesmo: uma pusta pulga atrás da orelha!

Por que cargas d’água (ou falta dela) o carro estava esquentando tanto?…

Daí, em função de uma reportagem de final de semana a respeito do óleo do motor no Auto Esporte – em especial no que diz respeito à borra (EI! Eu disse Borra, tá bom?) – fui dar uma checada na quilometragem da barca. Cinco mil e poucos. Na casca. Seria isso? Apesar de, muito provavelmente (melhor dizendo: descaradamente), a reportagem em questão ter sido encomendada pelo fabricante de óleo que “apareceu” por ali, o que iria ao encontro de outras opiniões na Net, faria sentido o óleo velho ou baixo causar um aquecimento em demasia no motor.

Ciente disso, neste final de semana fui trocar o óleo. Do motor, diga-se de passagem.

No costumeiro posto de gasolina onde, semanalmente, lavo o carro, tomo meia dúzia de latinhas e abasteço, desta vez também já resolvi fazer um “kit completo”: óleo, filtro de óleo, de ar, de combustível, enfim, o que dava pra trocar – que trocasse!

Tudo estava muito bem, sendo que, naquela tradicional levantada que dão no carro e a gente, achando-se um expert, se enfia por debaixo pra dar uma olhada em tudo, resolvi olhar pra um dos pneus.

E o pneu olhou pra mim!

Pisquei, incrédulo.

Um corte bem no meio de um dos pneus dianteiros, já parecendo um olho semiaberto (é dessa maneira mesmo que se escreve agora?).

Cocei a cabeça e olhei o restante.

O outro dianteiro já estava começando a aparecer a malha de metal.

Os traseiros ainda estavam inteiros – mas, considerando que aqueles pneus tinham sido frisados, na prática já deveriam estar também pra lá da curva do bico do corvo…

Cocei a cabeça de novo e pensei: cartão de crédito, aí vamos nós!

Fui pra loja de costume, onde sempre faço as trocas de pneus, amortecedores e freios da Família Chevrolata (até porque cliente “fiel” tem descontinho) e encarei quatro pneus novíssimos da Goodyear, 185/70/R14 – 88H. O Poseidon ficou até encorpado com aquela borracha toda!

Mas – problemas à vista!

Depois de tanta porrada na estrada para o trabalho, as rodas não estavam lá grande coisa (apesar de, sinceramente, eu não perceber – e olha que costumo ser chato com isso!).  Isso significava que não rolava um balanceamento sem antes consertar as rodas. De quebra deixaríamos de lado o alinhamento e nem pensaríamos na cambagem.

Confesso que fiquei frustrado com isso…

Mas, zuzo bem! Afinal de contas quem se mete a man-ter um carro como um Opala tem que estar preparado para questões como essas. Aliás, comparado à quantidade de coisas que ainda tenho que fazer no 79, isso não é nada!

Já tenho o endereço do “especialista em rodas” (não riam…) que vai resolver meu problema (parem de rir, pô!).

Durante a semana devo resolver o resto desse perrengue.

E, lógico, a pergunta que não quer calar: quanto saiu a bagaça?

R$300,00. Cada. Trezentão por pneu. Caro? Talvez. Mas, como o cartão aguenta, é o melhor.

Qual a outra pergunta?

Hein?

Você, aí do fundo?

Ah, sim…

Pneus remoldados…

Sim, são mais baratos. Bem mais baratos. Já tive quatro desses – nesse Opala mesmo – e não tive problema nenhum.

Mas vejamos DOIS pontos de vista sobre essa questão. Em primeiro lugar, o de um fabricante:

E, agora, o de um consumidor:

Pois bem, cientes de tudo isso, decidam por si próprios…

Atualização de arquivos: Agosto de 2008 encerrado a passos de tartaruga. Comecemos setembro…

Uma GRANDE viagem

Tá.

Nem tão grande assim…

Mas é que fomos para Itu! 😉

É que já faz um tempinho que a Dona Patroa vinha cobrando pra gente sair, sei lá, vamos passear, vamos viajar, vamos para algum lugar, vamos para QUALQUER lugar, mas vê se VAMOS!

E eu, apesar de tudo, sou meio bicho do mato. ADORO ficar em casa. Mas ela tinha razão – eu já estou devendo isso a ela e não é de hoje. Que melhor momento para passeios senão agora, enquanto a criançada ainda é pequena o suficiente para querer sair conosco. Aliás, enquanto ainda cabem dentro do carro…

E toca a decidir para onde ir.

Ela resolveu Resolvemos que iríamos para Itu, pois ela não conhecia aquela cidade e fica do lado de Cabreúva, onde mora um tio dela. Assim, é lógico, levaríamos o pai dela também para que reencontrasse o irmão mais novo para um proseio – até porque meu sogro ficou viúvo há pouco mais de dois meses e é bom mantê-lo na ativa.

Para evitar o excesso do feriadão decidimos ir no sábado para, talvez, voltarmos no domingo (acabamos voltando no sábado mesmo). Como na véspera eu tinha feito um churrasquinho familiar (ou seja, só para a tchurminha de casa) ela aproveitou uma boa parte das linguiças que eu assei e preparou um bentô – lanche para viagem. Junte-se a isso alguns onigiris (bolinhos de arroz), sucos e bolachas e tudo estava pronto.

Ah, e sim. A Dona Patroa é japonesa. Sansei, na realidade. Mas, ainda assim, japonesa.

Meu cunhado, que é caminhoneiro, fez questão de nos emprestar seu GPS. Passamos cedo em sua casa e pegamos o aparelhinho. Nossa sobrinha disse que já havia programado direitinho o aparelho e bastava ligar no acendedor de cigarros para manter a carga e tudo certo.

Ops!

Acendedor de cigarros?

E quem disse que o do Poseidon estava funcionando?…

Decidimos levar assim mesmo.

Todos dentro, Dona Patroa na frente e meu sogro atrás junto com a criançada (santo carro espaçoso, Batman!), tanque cheio, hodômetro zerado e vambora!

Realmente esse tal de GPS é um bichinho (gadget) muito legal! Apesar da vontade, não tenho um porque simplesmente não o utilizaria no dia a dia. Nossa rotina é muito tranquila e, usualmente, sem viagens. Fixei o aparelhinho no vidro e a criançada ficou se atropelando no vão dos bancos para vê-lo em funcionamento.

Adoraram!

Enquanto funcionou…

Cerca de meia hora após nossa saída o maledeto soltou um bipe do tamanho de uma semana – que me fez pular do banco. E morreu. Totalmente sem bateria. Paciência, iríamos pelos mapas, mesmo.

Aliás, ainda bem que nunca resolvi participar de nenhum rallye de regularidade tendo a Dona Patroa como navegadora. Preciso mesmo dizer o porquê?…

O que importa é que, apesar dos desvios, das dúvidas quanto às entradas, das voltas e reviravoltas, chegamos. Aliás, alguém por aí se lembra daquela cena dos Incríveis em que o casal fica discutindo qual entrada deve pegar enquanto o acesso está cada vez mais próximo? E, na última hora, independentemente de qual tivesso sido a escolha, a discussão continua? Pois é. Igualzinho.

Aliás do aliás, antes mesmo disso, tenho que registrar um pequenino perrengue com o Poseidon…

Para quem se lembra do painel dos modelos 89/90, bem à esquerda temos o marcador de combustível e, logo do seu lado, o de temperatura. No mundo ideal quanto mais para cima estiver o ponteiro da esquerda e para baixo o da direita, melhor. Ou seja, o máximo de combustível e o mínimo de temperatura.

Mas não estava bem assim…

Depois de uns trinta quilômetros rodados, dei uma conferida na temperatura. Quase na metade. Pensei comigo mesmo: “comigo mesmo, esse mardito ponteiro não passa do assoalho, que é que está havendo afinal de contas?”. Talvez um pequeno vazamento para a água ter baixado? Dentro do motor? Não! Nem quero pensar nisso! Rompimento do selo? O negócio seria monitorar…

Apesar de um início quase que só de subidas (fomos pela Dom Pedro), a estrada possui muitas retas e longas descidas. E dá-lhe banguela! Meu pensamento: deixando o motor no mínimo giro e com o resfriamento natural a tendência da temperatura seria baixar. Deu certo. Assim, a cada vez que a temperatura ameaçava subir, bastava uma curta banguela e já se notava a diferença.

Ufa!

É lógico que somente depois que vi que o problema (em tese) estava resolvido, daí então comentei o “perigo” com a Dona Patroa… Eu, definitivamente, não valho nada…

Enfim, depois de uma calma viagem – com um ou dois pontos de chuva – de MUITOS pedágios (cada qual com seu preço), chegamos em Cabreúva, distante apenas meia hora de Itu. Paramos num posto, logo na entrada da cidade, não só para uma banheirada básica, como também para o famoso lanchinho…

Para não correr nenhum risco, dali mesmo a Dona Patroa ligou para o tio, que veio nos buscar. Ou melhor, indicar o caminho. Afinal de contas, chega de se perder na estrada!

Conversamos, proseamos, tomamos café, falamos mal da vida alheia, atualizei a árvore genalógica – afinal de contas é um de meus outros hobbies: a genealogia – e, após, fomos passear um pouco pelas redondezas do Distrito de Jacaré, mais exatamente onde eles têm uma banca de jornais. É lógico que a criançada se enfurnou nos gibis (outro de meus hobbies), afinal de contas, tal pai, tais filhos…

Depois de mais um pouco de proseio já estava na hora de prosseguir viagem. Aliás, esse negócio de “proseio” foi um sarro. Meu sogro praticamente só fala japonês, assim como o irmão dele. E meu sogro está bem surdinho, assim como o irmão dele. Desse modo, ficaram ali os dois irmãos, um de 78 e outro de 76 anos, conversando em japonês – sabe-se lá Deus sobre o quê – e duvido que um estivesse respondendo as perguntas do outro…

Enfim, só pra garantir, com o motor já totalmente frio, completei a água do radiador. Não foi muita coisa não, mas, creio eu, o suficiente para fazer a diferença. Nessa foto aí de baixo está este que vos tecla, o irmão de meu sogro (por incrível que pareça, é mais novo), meu sogro e sua cunhada.

Pois bem, dali fomos para Itu.

Cidade muito bonita e lamento sinceramente não ter me planejado melhor. Seria bastante interessante poder passear com calma em seu centro histórico e conhecer os quinze quintilhões de lojinhas que por lá pairam. Coincidentemente, em conjunto com os 400 anos da cidade (comemorados agora em 2010), estavam realizando o Primeiro Festival Nipo-Brasileiro da cidade.

Heh…

Juntou a fome com a vontade de comer.

Meu sogro gostou bastante das apresentações e, em especial, da comida…

Depois de enrolar um pouco (e comer mais um pouco ainda), continuamos o tour pelas redondezas. É lógico que não poderia faltar a famosa foto com o famoso orelhão de Itu. Com direito aos dois filhotes mais velhos logo abaixo.

Após comprar algumas lembrancinhas (turista é turista, não tem jeito), toca todo mundo de volta pra casa.

A preocupação da Dona Patroa agora era outra: combustível. Afinal de contas, tenho um passado que me condena. Dei uma olhada no hodômetro. Pouco mais de 190 quilômetros. Sossegado. Dá e sobra pra voltar. Em condições normais, no dia a dia, a autonomia do Poseidon era tranquilamente cerca de 430 quilômetros. Desde que não nos perdêssemos, estaria tudo bem.

Graças a Deus, meu velho e inseparável amigo, Murphy – ao menos desta vez – resolveu passar o feriado em algum outro lugar…

Assim, com tudo em paz, nossa viagem foi se findando sob um entardecer maravilhoso. E, melhor, ainda, dentro de um bom e velho Opalão.

Realmente o entardecer estava fantástico. Pena que não conseguimos uma foto melhor – mas bem que a Dona Patroa tentou!

No final das contas, já tendo caído a noitinha e com quase todo mundo dormindo (inclusive eu antes da parada para o café), ouvindo uma aconchegante música de viagem (sim, estou falando de AC/DC), cerca de 400 quilômetros depois aportamos em casa.

Doída a perna deste índio velho, mas nada que não fosse automaticamente anestesiado pela felicidade da petizada com a viagem.

Acho que o passeio pode ser resumido na frase de meu caçulinha, quando paramos para tomar o lanche, e ele – do nada – simplesmente me saiu com essa:

– Mamãe, eu sou muito feliz!

Nós também, meu filho.

Nós também…

Poseidon na estrada

Bem, vocês devem se lembrar (lembram, não lembram?) que nas idas, vindas e desvindas pelas quais passo (ou me meto), acabei comprando outro carro – sim, outro Opala! Falei disso aqui. Um carro bem bãozinho, com a lataria em 99% de originalidade (boa originalidade, diga-se de passagem) mas judiado em termos de conservação geral dos detalhes.

Explico.

Apesar de inteiro, esse Comodoro 90 tinha todos aqueles perrenguezinhos de ex-proprietários que simplesmente não ligam para manutenção. Um vazamentinho aqui, um mau contato ali, um descolado acolá e assim por diante. Somente usavam o carro e mais nada. Uma das primeiras coisas que fiz foi levar o carro numa autoelétrica de confiança e mandei dar uma geral em todos os vidros elétricos (sim, ele tem vidro elétrico nas quatro portas e direção hidráulica – só não tem ar condicionado). Troquei borrachas, arrumei detalhes, tirei a meia fina que cobria as lanternas (coisinha ridícula, sô!), arranquei alguns adesivos, enfim, fui tentando devolvê-lo à originalidade de seus áureos tempos.

Agora, um detalhe que foi, digamos, um bocadinho mais complicado foram as rodas.

Ele estava com todas as rodas do Ômega (inclusive o estepe).

Esteticamente não achei lá muito simpático, não. Mas tava rodando, então tudo bem. Mesmo apesar de dar diferença no velocímetro…

Entretanto, fuça daqui, fuça dali, no borracheiro próximo de casa acabei descobrindo cinco rodas do tipo ralinho (aquela que parece um ralinho de banheiro) do Opala! Proseia daqui, proseia dali, fizemos um negócio à base de troca – tenho certeza que ele saiu ganhando em termos de dinheiro, mas tenho mais certeza ainda que eu saí ganhando em termos de satisfação…

Isso foi em dezembro de 2009, algumas semanas antes de eu desmontar o agregado.

(O que me lembra que já deve estar chegando a época de minha mexida trimestral no 79. Ô desgosto! Tudo que eu queria era poder me dedicar mais a ele…)

Então, pra arrematar, segue a mais antiga foto que encontrei do Comodoro já com as novas rodas.

Ah, e sim – faltam as tampinhas! Não as consegui (ainda)…

Ah, em tempo: neste novo espaço ainda estou atualizando os arquivos antigos, reconstruindo os links, etc. Ontem acabei 2007 e entrei em 2008…