Um pequeno (grande) relato sobre uma ex-Caravan SS 78

Essa história foi contada pelo opaleiro Paulo Ugor Andrade Santos lá na lista de discussão Opala.com. É um relato que impressiona pela riqueza de detalhes de um verdadeiro apaixonado por Opalas…

Era uma madrugada muito fria e chuvosa, o dia 05/04/2008 estava apenas começando.

Mochila pronta com uma muda de roupas básicas para viagem de 750km. O destino final: Belo Horizonte.

Desço as escadas lentamente na esperança de uma pausa na chuva. Em vão. Em Brasília tudo é tão inesperado e esperar para a chuva passar não seria algo muito inteligente a esta hora da madrugada: a viagem iria atrasar.

A Caravan SS me espera, está lá imponente, revisada e absolutamente pronta para o que der e vier. Rezo o Pai Nosso e peço por uma viagem tranquila sobre aquelas quatro rodas. Eu estava preparado e protegido para a viagem de volta, para a devolução (venda) para o antigo proprietário – que fizera aniversário dia 02/04 e aguardava ansiosamente o principal presente de aniversário: a sua Caravan SS.

Parto de Brasília com 1/4 do tanque às 03:00h. É pouco combustível e com o preço que está custando no Distrito Federal é melhor encher o tanque mais próximo do estado de Goiás.

Andando com cautela nos primeiros 40km até chegar em Valparaíso, GO, já é hora de abastecer e partir para a parte mais longa. Passo pelo primeiro posto e decido deixar para o próximo, afinal são apenas 2km de distância. Chegando no próximo posto todas as luzes estão apagadas, o posto está fechado! Ora, quem vai querer ficar esperando clientes às 03:20 da madrugada e ainda mais na chuva? Parto então em direção ao posto seguinte – em vão, fechado também. Começo a ficar cismado, será que não é para acontecer esta viagem? Começo a me perguntar… Resolvo então andar mais alguns quilômetros em frente a procura de outro posto até que aparece um retorno e decido voltar – são cerca de 15km. Será que o 250S vai resistir aos poucos litros restantes no tanque? Esta é a maior dúvida…

Volto dentro da média dos 80km/h, sei que não vai acabar, não pode acabar… Ufa, chego ao posto onde devia ter abastecido, afinal, já estaria longe dali a muito tempo… O preço na bomba é R$2,46, pouca diferença dos R$2,59 praticados em 99% dos postos do cartel dos combustíveis no DF. “Completa por favor amigo!” Foram 40 litros para dentro – aquilo não vai dar pra chegar muito longe, não tem problema…

Agora sim, tanque cheio e medo indo embora, estamos prontos… Arranco bruscamente e saio em busca de asfalto, espero por um bom asfalto pelo caminho…

Percorro muitos quilômetros em ótimo trecho até Paracatu, MG, e já são quase 05:40AM. Poucos veículos na rodovia, como era de se esperar – ufa! 1/4 da VIAGEM está completado…

Rodando em ritmo tranquilo, pois não quero que a despedida seja breve, quero que não acabe, não sei porque fiz este negócio, será que vai valer mesmo a pena? Não sei, só o tempo vai dizer isto.

A primeira parada oficial: cidade de João Pinheiro, MG. Más recordações deste lugar, onde em 2007 eu passava com o Diplo 89 Auto e um jovem rapaz (barbeiro) com apenas 1 mês de carteira resolve querer me matar… Jogou o corsa Sedan da sua mãe pro meu lado quase me jogando para fora da pista, mas a esta hora eu acredito que ele esteja dormindo, ao menos espero…

Um BIG pão de queijo e um café são o suficiente para continuar na rodovia sem fome. Abasteço a um preço absurdo R$2,68 e continuamos a viagem… No diário de bordo não registramos nada de grave, apenas o trecho de 100km em que o asfalto dá lugar aos temidos buracos, é apenas um pequeno trecho dos quase 800km, trecho percorrido em quase 2h para não estragar a SS.

Chego sem problemas a Belo Horizonte, são 12h e a fome não chega, a vontade de voltar é tão grande que não penso em comer…

Localizar o endereço leva tempo, o endereço é Av. Raja Gabablia com Av. Amazonas, faço contato telefônico com o ansioso rapaz e ele me fala: “Procure a concessionária da Harley Davidson e me espere lá…”

Chegamos ao local às 13:00h, ainda temos que aguardar 30min até o final do expediente para poder pegar o outro carro e voltar para casa….

Passo em uma panificadora e pego um pão recheado – é o suficiente para enganar a fome que pensa em vir….

13:45h, a concessionária fechou e o novo proprietário acaba de chegar, agora é uma nova vida, um membro da família se despede e outro não muito bem vindo tenta ganhar espaço, é um Marea Weekend 2.0 20v a opção que mais agradou a futura proprietária, sra. Lilian, minha esposa…

Coisas retiradas de um porta-malas, coisas colocadas no outro e vamos embora, não quero ficar mais nem um minuto nesta cidade, tenho medo de me arrepender ainda aqui e voltar atrás os 800km com minha Caravan, agora é tarde ela já virou a esquina, apenas a estrada nos espera.

Com muita saudade ando os primeiros 100km até abastecer, desligo o carro e dou uma volta, afinal, não o conheço. Tudo em ordem e com o tanque cheio de combustível a R$2,31 vou dar a partida. Quem disse que pega? Como um Opaleiro prevenido carrego comigo outra bateria, Moura 60ah, cabos de chupeta conectados e – Voualah! O carro pega. Ligo para o contente proprietário da Caravan SS e tascol-lhe a pergunta “Está tudo bem com este carro? Ele não quis pegar…” Sim está tudo bem, nunca deu problema comigo. Claro, com 3 meses de uso poucos dão problema na mão do novo dono…

Continuo viagem até Cristalina, GO, a chuva está de volta e agora já está escuro, o medo volta a assombrar, algo vai acontecer…

Quando menos espero, a luz do alternador começa a acender, já não era tarde, ainda durou muito, vamos lá só faltam 150km para chegar em casa, rotação alta para a luz apagar, tudo bem, rodamos alguns quilômetros com a falsa impressão de que iria dar tudo certo; uma pena, os faróis começam a ficar baixos e os limpadores já não funcionam mais, agora colo na traseira de um caminhão e apago os faróis, preciso chegar a um posto, infelizmente os carros de hoje são muito dependentes de energia, a injeção começa a falhar muito rápido, preciso parar, o caminhão vai embora e ficamos meio sem rumo no meio de uma curva sem saber em que faixa estamos é preciso fazer alguma coisa, desço do carro e vejo a que distância estamos do acostamento. Acostamento? Estamos quase na faixa contrária, precisamos empurrar rápido, pois nesta chuva um acidente seria fatal…

Carro empurrado tentativas de partida em vão, vamos esperar o guincho…

Quem diria? O carro “velho” (para muitos) não deu problemas, já o carro “novo” (na aparência) nos deixou na mão. Ah, que lamento! Agora é o tormento que vamos sofrer com o conserto do Marea, o temido preço da manutenção sempre me deixou de cabelo em pé, mais não o suficiente para não fechar o negócio. Agora é tarde, já tens uma nova realidade…

O conserto do Marea não saiu muito caro, mas a chateação, o medo de ser acertado por um caminhão foi fator determinante para que nunca mais faça este tipo de troca, Opala é Opala, o resto é BRINQUEDO.

Pessoal, não contei antes pois havia possibilidade de retorno da Caravan para minhas mãos mas agora está confirmado e ela fica por lá.

Em anexo fotos da volta com a Caravan em 2007 e do Marea em 2008, quase um ano exato depois, passou por questão de dias.

15 comentários em “Um pequeno (grande) relato sobre uma ex-Caravan SS 78”

  1. Há mais ou menos 6 anos tambem cai numa dessas troquei um opala cupê super verde 4cc ,eu era o segundo dono ,na peste de um uno 95,se arrependimento matasse ,eu tava morto ,no final das contas o uno consumia mais que o opala ,até que problemas mecanicos ele não dava ,mas era uma lerdeza!!!

  2. Olha, Reinaldo, que me perdoem os defensores da marca, mas eu simplesmente não gosto dos carros da Fiat. Nem tive tantos assim para justificar (na verdade tive só um), mas – ainda que eu seja suspeito para essa afirmação – sou mais os carros da Chevrolet!

    De preferência os Opalas…

    😉

  3. grande adauto agora a fiat melhorou muito,não que eu goste prefiro chevrolet lá em casa e um opala ,vectra e monza lá a chevrolet manda eu tenho bronca é da volks carros muito mal acabados e duros ,o problema da fiat é a má fama que ganhou com os 147 e os primeiros unos e palios os de agora parece que são bons ,mas por enquanto é aquela história carro novo é carro bom,vamos esperar mais pra frente,um abraço!!

  4. Curioso… Ainda hoje de manhã estava conversando com a Dona Patroa sobre isso…

    Avaliávamos os carros que já tivemos, com mais ou menos a seguinte conclusão: Ford – robusto, pesado e com direito a caixa-preta (ou seja, cada peça que você precisa trocar – além de caríssima – vai metade do motor); Volkswagen – apesar das peças e mão de obra baratas (qualquer oficina “boca-de-porco” arruma), os carros são duros e desconfortáveis; Fiat – peças caras e quebradeira generalizada (para se ter ideia, tenho um amigo que tem um Tempra e recentemente a alavanca de câmbio simplesmente saiu na mão dele!); Chevrolet – meio termo em tudo, pois as peças não são nem as mais caras nem as mais baratas (mas são fáceis de encontrar) e raramente dá problema.

    Atualmente, além do(s) Opala(s), temos um Corsa 2003…

  5. Pois é, Alex. Essa história do Paulo mereceria quase um livro! Além disso prova uma teoria que eu sempre tive: quanto mais modernos os carros, mais sujeitos a falhas e intempéries que não são passíveis de consertar com apenas um alicate, uma chave de fenda e um rolo de arame…

  6. Galera, se vocês deixarem eu lhes contarei o meu sofrimento com FIATs (Fui inganado, agora é tarde (enganda com I)). Tive treze fiat, entre 147, panoramas e jurei nunca mais compra um. Tá certo que a panorama, a última era mais ou menos. Juro que paguei todos os meus pecados por causa deste. Agora seis canecos é outra história. Minha primeira viatura foi um opala 2.5, Ano 1973, 04 portas e Cor Rosé Metálico. Ahh… com bancos inteirissos e cambio na coluna. Era coisa boa p´ra namorar. Tinha um problema que era a quebra de diferencial, depois de colocar pneus rádias e estabilizadora trazeira. A isto tambem se somava a arrancar a roda dianteira. Agora eu to na montagem de uma caravosa seis canecos, aqui já citada, mas fiat nem pensar.

  7. Legal o comentário, la em casa também só entra chevrolet, e no meio destes, claro, um comodoro 82, 5 marchas, é carro pra toda vida, quanto ao FIAT dá coceira so de pensar, carros feios, ruins, duros, Chevrolet é Chevrolet ainda mais qdo se fala de opalas e caravans.
    Marcelo Itajuba_MG

  8. E então, Marcelo, eis que há alguns dias eu fui dar uma fuçada numa concessionária, pensando se já tinha cacife para trocar um Corsa por uma Meriva (não, ainda não tenho) e a vendedora tentou de tudo quanto é jeito me empurrar um dos “carros novos” da Fiat, querendo me convencer que os grandes e clássicos defeitos da marca tinham ficado para trás…

    Tá que eu acredito…

  9. Bem feito! Quem manda trocar uma legítima Caravan SS6 250S numa porcaria de Fiat??

    Brincdeiraas à parte e sendo mais educado, a pessoa de quem eu comprei meu Opala 79 também tem um Marea. Será que as experiencias serao parecidas? Não duvido, pois ahco que são o melhor e o pior carro da história do Brasil em confiabilidade hehe

  10. Pedro, ainda outro dia passei numa concessionária para tentar ver um novo carro usado para a Dona Patroa. A vendedora queria porque queria me apresentar um novo modelo da Fiat. A certa altura do proseio confessou que “aquela fama” da Fiat já não era mais verdadeira.

    Particularmente?

    Não acreditei.

  11. Caaara eu tenho uma caravan ki nein a sua, mesma coor.. qnd comprei deu muito problema, maies um véinho mexeu nella pra mim, ki put’s, eh filé, eu sóh num consigo os frisos da tampa traseira e do parabrisa =/ .. ela eh Baxa.. Roda de Omega .. geral paga pal qnd eu saio pra da um rolézin nela, e eh bruta, rolá uns borraxaum direto.. maies eh isso, sou fãn da minha caravan, tenho um utilitario millzinho ( corsa ) mais qnd eu entro na criança e escuto o motor atrpelando, cara, sensação sem igual !

    jáh tive diversas oportunidades de vender minha jóia, maies pra mim ( primero carro ) num tem preço !

  12. Taí uma verdadeira declaração de amor pelo próprio carro!

    E, de fato, para nós apaixonados por nossas máquinas, não existe dinheiro no mundo que pague a nossa dor de cabeça para mantê-los…

  13. ou, esse negocio de trocar opala por fiat ja me fez por fogo num 147. Deus me livre de trocar de novo meu seis caneco por qualquer outro carro! ainda mais que sou cadeirante, preciso do porta-malas da caravosa! pior experiencia que tive foi trocar meu opala 79 pelo maldito 147! e ele era novo, o maldito; agora, so quero minha caravosa bem arrumadinha, o cambio ta me dando dor de cabeça, mais ta compensando !

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