Manifesto

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( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Bicarato

[copy&paste lá do Alfarrábio, mas perfeitamente justificado por uma questão de pertinência para com os princípios aqui do Copoanheiros]

Tem de tudo lá na MetaRec, podem crer. Mais um exemplo notório dessa diversidade fantástica veio pelas mãos da Lelê [cansô de blogar, muié?], numa convocação pra uma *desconferência intergalática que trata sobre “mulheres e  tecnologia: mulheres de antenas e suas panelas de expressão”*. Diz a Lelê que o Chico Buarque gostou da idéia e deu aval pra fazermos uma nova versão da música: *…mirem-se no exemplo daquelas mulheres de antenas…*

Mas, na convocatória, a Lelê deixa claro que a desconferência não quer ser nenhum encontro de luluzinhas, e chama também os *masculinistas*. Ok, dirão vocês, mais um *ismo* pra encher o saco, né? Concordo, também não tô a fim de embarcar nessa, mas de qualquer maneira vale o Manifesto Masculinista que a Lelê anexou, com a ressalva de que é de 1985 — relevem-se alguns exageros e expressões, portanto. Destaque pra um item importantíssimo: *Pelo amparo aos pais solteiros e abandonados pelas mulheres amadas desalmadas: creches nos bares*.

[O manifesto (semi)original tá aqui.]

1 – CABECINHA
Nas questões ligadas à discriminação e aos papéis sexuais, as mulheres já estão na sua, os homossexuais idem, os bi também, e até os machões se organizam e se solidarizam, como se viu no caso daquele cara que ferrou a mulher no rosto e teve apoio da Associação dos Maridos Traídos, fundada no Ceará. Todos os setores se mobilizam. E como ficamos nós, que não somos mulheres, nem homossexuais, nem bi, e rejeitamos o modelo machista que nos é imposto desde criancinhas como a marca da masculinidade? A resposta está no masculinismo — uma movimentação crítico-autocrítica, reivindicativa, desfrutativa, solidarista e convivencial.

Sabendo que de carta de princípio e discursos generosos a humanidade já está de sacos e ovários repletíssimos, colocamos os dedos nas feridas através de um manifesto e proclamamos, indicativamente, o que rejeitamos e pretendemos transformar para viver melhor.

2 – COMEÇO DE PENETRAÇÃO
MMN – Movimentação Masculina Nordestina.
Símbolo: um cacto ereto ou em repouso.
Observação: um cacto sem espinhos.

* contra o terror machista.
* contra a ditadura clitoriana.
* contra o homossexualismo autoritário.
* pela reconciliação do espermatozóide com o óvulo.

Renunciamos a todas as prerrogativas do poder machista.

Que omem seja escrito sem “H”.

Não nos consideramos superiores nem inferiores às mulheres, aos homossexuais e aos bi: somos diferentes e iguais.

Rejeitamos todos os modelos pré-fabricados de sexualidade, caretosos ou vanguardeiros, partindo de três princípios: 1) carência não se inventa; 2) receita, somente de bolo; 3) vanguarda também é massa.

Somos solidários com qualquer saída (ou entrada) sexual que a humanidade venha a inventar e curtir, desde que não haja imposição e violência. E exigimos que se respeite a nossa opção fundamental: gostamos é de mulher.

3 – APROFUNDANDO A ENTRADA

* Abaixo o guarda-chuva preto. Não somos urubus.
* Abaixo as exigências do paletó e da gravata.
* Contra o relógio bolachão.
* Pelo direito de mijar sentado.
* Pelo respeito ao pudor masculino: mictórios privativos.
* Pelo amparo aos pais solteiros e abandonados pelas mulheres amadas desalmadas: creches nos bares.
* Queremos pensão por viuvez, auxílio alimentação e licença paternidade.
* Não amamentamos mas podemos trocar fraldinha.
* Pela liberação da lágrima masculina.
* Contra o fechamento do mercado de trabalho aos homens: queremos ser secretários, telefonistas, babás, etc.
* Não queremos ser “chefes” de família nem regentes sexuais. Igualdade fora e em cima da cama.
* Queremos trepar mais por baixo.
* Queremos ser tirados pra dançar.
* Queremos ser cantados e comidos.
* Pelo nosso direito de dizer não sem grilos nem questionamentos da nossa masculinidade.
* Pelo direito de brochar sem explicação. Mulher também brocha. Aquele ou aquela que nunca brochou que atire a primeira pedra.
* Abaixo a máscara da fortaleza masculina. Queremos ter o direito de assumir nossas fragilidades.
* Abaixo o complexo de corno. Por que mulher não é corna? Fidelidade ou infidelidade recíproca.
* Cavalheirismo é cansativo e custoso. Delicadeza é unissex. Que seja extinto o cavalheirismo ou se instaure, também, o damismo.
* Queremos receber flores.
* Exigimos a modificação do Pai Nosso:
a) Pai e Mãe nossos que estais no céu…;
b) bendito seja o fruto do vosso ventre, do nosso semen.
* Pela capacitação dos homens, desde a infância, para as tarefas tidas como “essencialmente feministas”. Reciclagem geral. Queremos aprender corte e costura, culinária, cuidado de crianças etc. Em contrapartida, ensinaremos às mulheres: trocar pneu de carro, bujão e fusível; dar porrada, atirar e espantar ladrão; matar barata e rato.
* Pela paternidade responsável e contra a gravidez e os filhos serem utilizados como elementos de chantagem sentimental sobre nós.
* Pelo respeito à intuição masculina.
* Denunciamos a utilização depreciativa das expressões “cacete”, “caralho”, “pra cacete”, “pra caralho”. Exigimos que cada um ou cada uma se posicione: cacete/caralho é bom ou não é? Se é bom, respeitem como ao seu pai ou a sua mãe.
* Protestamos contra o fato do nosso órgão do amor ser representado, simbolicamente, por espadas, canhões, porretes, e outros instrumentos de agressão e guerra. Só aceitamos a simbolização a partir de coisas gostosas e sadias: chocolates, biscoitos, bananas, batons, picolés, pirulitos, etc.
* Denunciamos como principais vias condutoras do machismo: as vovozinhas cândidas, as mulherezinhas dondocas, as mãezinhas possessivas e as professoronas assexuadas.

4 – EMPURRADINHA FINAL
Considerando que muitos masculinistas trabalham dois expedientes, estudam e frequentam um milhão de reuniões e eventos, sem falar das poligamias possíveis, não iríamos incorrer na atitude fascista de inventar mais uma reunião para a comunidade masculinista. Portanto, o nosso princípio de organização é o seguinte: grupos de um, cada grupo obedece a seu chefe. Assembléias gerais com ego, id e superego. Voto de minerva para ego.

Convencidos de que a perfeição não é uma meta e é um mito, procuramos fazer um esforço no sentido de romper com 70% do nosso machismo atual e acrescentar sempre novos itens neste manifesto, aceitando a contribuição crítica e propositiva de todos os masculinistas e outros segmentos sexuais, preservada a nossa opção fundamental pelas mulheres.

Denunciamos os machões enrustidos, que utilizando o discurso masculinista, pretendem apenas dar os anéis para não perder os dedos: recuam em 30% de machismo para manter os 70%. É a Nova República do machismo.

Somos todos oprimidos. E sendo os homens, estatisticamente, minoritários diante das mulheres, isto já nos caracteriza como minoria oprimida. Nós, homens masculinistas, sofremos a pressão dos machões, das feministas sectárias e dos homossexuais autoritários — o que nos caracteriza como a menor minoria oprimida. Requeremos, portanto, o apoio extremo e a solidariedade máxima por parte da sociedade inservil.

Sabedoria etílica

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( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Bicarato

Ok, é fato que, vira-e-mexe, algumas mensagens de anos atrás voltam a cair na nossa caixa postal. Mas algumas contêm certas verdades absolutas que merecem ser replicadas. É o caso desta a seguir — tenho certeza de que todxs já a recebeam pelo menos uma vez, mas que fique, definitivamente, registrada aqui no Copoanheiros!

BOTECO!!!

Por que será que é mais fácil freqüentar um bar do que uma academia?
Para resolver esse grande dilema, foi necessário frequentar os dois (o bar e a academia) por uma semana.
Vejam o resultado desta importante pesquisa:

– Vantagem numérica:
– Existem mais bares do que academias. Logo, é mais fácil encontrar um bar no seu caminho: 1×0 pro bar.

– Ambiente:
– No bar, todo mundo está alegre. É o lugar onde a dureza do dia-a-dia amolece no primeiro gole de cerveja.
– Na academia, todo mundo fica suando, carregando peso, bufando e fazendo cara feia: 2×0.

– Amizade simples e sincera:
– No bar, ninguém fica reparando se você está usando o tênis da moda.
– Os companheiros do bar só reparam se o seu copo está cheio ou vazio: 3×0.

– Compaixão:
– Alguém já te deu uma semana de ginástica de graça?
– No bar, com certeza, você já ganhou uma cerveja ‘por conta’: 4×0.

– Liberdade:
– Você pode falar palavrão na academia? 5×0.

– Libertinagem e democracia:
– No bar, você pode dividir um banco com outra pessoa do sexo oposto, ou do mesmo sexo, problema é seu…
– Na academia, dividir um aparelho dá até briga: 6×0.

– Saúde:
– Você já viu um ‘barista’ (freqüentador de bar) reclamando de dores musculares, joelho bichado, tendinite? 7×0. [Observação minha: este é o único item que gera controvérsias. Copoanheiros véios e enferrujados são cada vez mais frequentes…]

– Saudosismo:
– Alguém já tocou a sua música romântica preferida na academia?
– É só ‘bate-estaca’, né? 8×0.

– Emoção:
– Onde você comemora a vitória do seu time?
– No bar ou na academia? 9×0.


– Memória:
– Você já aprontou algo na academia digno de contar para os seus netos?

– 10×0 pro BAR!

– Portanto, se você tem amigos na academia, repasse este e-mail para salvá-los do mau caminho!

PS.: Você já fez amizade com alguém bebendo Gatorade?

O caminho para a paz interior

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( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Adauto de Andrade

Li um artigo de uma conceituada revista que dizia:

“O caminho para encontrar a paz interior é terminar todas as coisas que você começou.”

Refleti bem e…

Então, neste último sábado, olhei ao meu redor para ver todas as coisas que eu tinha começado e não havia acabado.

Em seguida, eu terminei… com duas caixas de Skol, o final de uma garrafa de Black Label, o resto de uma Jose Cuervo e uma garrafa aberta de Smirnoff, e uns ¾ de um garrafão de 5 litros de uma cachacinha da hora.

Você não tem idéia de como eu fiquei em paz… até flutuava…

Sabedoria etílica

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Bicarato

Besteirol, pra ser besteirol mesmo, tem que necessariamente ser politicamente incorreto. Taí a Desciclopédia pra confirmar. Basta ver, por exemplo, o verbete sobre Cerveja. Mas, pra compensar, fiquemos com uma belíssima e sábia seleção de citações históricas sobre a loira:

*Sábio o homem que inventou a cerveja.* – Platão
*Comecei a beber por causa de uma mulher… E nem tive a oportunidade de agradecê-la!* – W. C. Fields
*É tão natural e necessário quanto comer. Jamais faria uma refeição sem beber… cerveja!* – Ernest Hemingway
*Eu não confio em camelos e em ninguém que possa passar uma semana sem uma cerveja.* – J. Lewis
*Eu bebo quando comemoro… e às vezes quando não há nada para comemorar!* – Miguel de Cervantes
*Não há boa vida onde não há boa bebida.* – Benjamin Franklin
*In Vino Veritas… In Cerevisia Felicitas!*
*Gastei metade do meu dinheiro com mulheres e cerveja… o resto desperdicei.* (…)
*Cerveja é a prova de que Deus nos ama e quer que sejamos felizes.* – Benjamin Franklin
*24 horas no dia… 24 cervejas em uma caixa… Coincidência?* – S. Wright
*Sem dúvida, a maior invenção da história da humanidade foi a cerveja. Ok, reconheço que a roda também foi uma boa invenção, mas uma roda não combina tão bem com um salsichão.* – D. Berry
*Não é *apenas cerveja*, mas uma nobre e antiga bebida que, como o vinho, comida e comerciais de televisão, podem ser extraordinariamente bons ou imperdoavelmente ruins.* – S. Beaumont
*Abstêmio: pessoa fraca que se rende à tentação de negar um prazer a si próprio.* – Ambroise Pierce
*Um brinde à cerveja, a causa e a solução de todos os problemas da vida!* – Homer Simpson
*Um país não pode ser levado a sério se não tiver a própria cerveja e uma companhia aérea. Ajuda se tiver um bom time de futebol e alguma armas nucleares, mas o mais importante é ter a própria cerveja.* – Frank Zappa
*A vida é muito curta para beber cerveja barata.*
*A fermentação foi a maior invenção do homem depois do fogo.* – D. Wallace
*Uma boa cerveja faz até um gato falar.* – Velho provérbio inglês
*A boca de um homem totalmente feliz está cheia de cerveja.* – Pensamento egípcio 2.200 a.C.
*Dê-me uma mulher que ama cerveja e eu conquistarei o mundo!* – Kaiser Wilhelm
*Eu recomendo pão, carne, vegetais e cerveja.* – Sófocles
*Muitas batalhas foram lutadas e vencidas por soldados lotados de cerveja.* – Frederico, o Grande
*É uma pena que todas as pessoas que sabem como governar o mundo estão neste momento ocupadas tomando cerveja.* – G. Beerns
*Cerveja é simplesmente uma maneira engraçada de ficar sério.*
*Pessoas boas bebem boas cervejas.* – Antigo provérbio celta
*Cerevisia marolum… Divina medicina* (Um pouco de cerveja é uma medicina divina – Paracelsus, físico do séc. XVI
*Cerveja é a única realidade virtual de que preciso.* – Lockhorn
*Cerveja é o melhor remédio.* – Provérbio alemão
*Nós cervejeiros não fazemos cerveja, apenas misturamos os ingredientes e como mágica ela se faz sozinha.*
*A cerveja traz felicidade, enquanto a água te deixa molhado.* – L. Wilson
*Eu bebo, para a alegria geral da… mesa toda!* – William Shakespeare, McBeth
*Um homem que só bebe água tem um segredo a ocultar de seus semelhantes.* – Charles Baudelaire
*Todo mundo precisa crer em algo… Creio que preciso de outra cerveja!*
*Eu aproveitei mais da cerveja do que a cerveja se aproveitou de mim.* – K. Floyd
*Cervejas! Nas vitórias é merecida, nas derrotas é necessária!* – G. Nathan
*A penicilina cura os homens, mas a cerveja é que os torna felizes!* – D. Daye
*A cerveja não faz as pessoas fazerem as coisas melhores. Faz com que elas fiquem menos envergonhadas de fazê-las errado.* – O. Khayam
*Economize água. Beba cerveja!*
*A cerveja e a cachaça são os piores inimigos do homem. Mas o homem que foge dos seus inimigos é um covarde.* – Zeca Pagodinho, sambista e sangue-bom

[Oferecimento: Alfarrábio]

Crash no Buteco

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( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Bicarato

( Publicado no Alfarrábio em 03/10/2008 )

Ok, você não tá entendendo nada dessa crise lá nos estêites, com o povo falando em bilhões, trilhões de dólares como se fosse uns trocados, os bancos caindo como peças de dominó… Tudo bem, não precisa se desesperar. O Sérgio Pamplona, lá no blog do Azenha explica como é que a coisa aconteceu.

O buteco do Biu

Tudo começa no “Buteco do Biu”. É assim: o seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça “na caderneta” aos seus leais fregueses, todos bebuns e quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito e o aumento da margem para compensar o risco). O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços como garantia. Uns zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, PQP, TDA, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer. Esses adicionais instrumentos financeiros alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu). Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países. Até que alguém descobre que os bêubo da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência.