Todo mundo tem um quê de jornalista (ou é o jornalista que tem um quê de todo mundo?)

Duda Rangel

O médico trabalha de madrugada, sábado, domingo, feriado. Plantão que não acaba mais.

O publicitário cria uma imagem de glamour (falsa, é claro) de sua profissão.

A puta tá sempre fodida e dizendo “um dia ainda largo essa vida”.

O caminhoneiro enche a cara de café pra ficar acordado.

A ex-BBB adora um convite para uma boca-livre.

O cozinheiro pode trabalhar sem diploma.

O executivo bem-sucedido, peraí, esse não tem nada de jornalista. Esquece.

A operadora de telemarketing pode estar pedindo um minutinho de atenção.

O autor de novela da Globo tem um ego gigante.

O motoboy vive na correria.

O hacker invade a privacidade dos outros.

O advogado tem um lugar garantido no inferno.

O ornitólogo, ornitólogo? Que porra mesmo faz um ornitólogo?

O lixeiro tá sempre mexendo na coisa podre, fedida.

A atriz vive ouvindo “minha filha, arruma uma profissão decente”.

A puta, ah, a puta, reclama, mas não larga essa vida.

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