Autopirataria

Acho que Já li quase tudo que o Paulo Coelho publicou…

E antes que me atirem alguma pedra filosofal na cabeça, já esclareço que não, não acho que ele tenha o “cacife” de estar entre os ditos Imortais. Apenas é um caboclo bom de vendas e com alguns livros interessantes.

Mas a abordagem agora é outra.

No Link dessa semana (o suplemento de informática do Estadão) foi mostrada uma faceta do Paulo Coelho com relação à “pirataria” que vai exatamente ao encontro das idéias que eu já defendo faz muito tempo:

Coelho acredita que a rede “é livre e anárquica” e diz ser inútil lutar contra ela. Segundo o autor, a disponibilização gratuita de livros na web não prejudica a venda: “Pelo contrário, é uma forma de divulgar o trabalho.” Para ele, as pessoas podem gostar e, então, decidirem comprar o original na livraria mais próxima.

Na sequência da matéria alguns autores de renome discordam dessa colocação, sendo que um deles foi categórico ao dizer que “Não faria isso que ele fez sem ter certeza de que não afetaria a venda dos meus livros.”

Ora, na minha humilde opinião, ô pensamentozinho besta! E egoísta!

Outro dia mesmo o Sérgio Rodrigues, num excelente post, nos lembrava que Da Alemanha, em 1826, disse Goethe: ‘Aquele que não espera ter um milhão de leitores não deveria escrever uma linha’. Ao que respondeu o americano Gore Vidal, século e meio depois: ‘Idealmente o escritor só precisa ter como audiência os poucos que o entendem. É cobiça e falta de modéstia querer mais’.

Particularmente meu pensamento se alinha muito mais com Gore Vidal que com Goethe – que o digam meus quase cinco leitores!…

Enfim, apesar de não ter lá muita certeza dos “motivos altruístas” do caboclo, ainda assim o que importa é que uma idéia foi colocada, um pensamento foi divulgado e um passo foi dado. Talvez o primeiro. Talvez o derradeiro. Na prática uma atitude às vezes acaba sendo mais importante do que palavras.

Até porque, segundo Julien Green, “O pensamento voa e as palavras andam a pé. Esse é todo o drama do escritor.”

😉